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História

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Dama da Selva

Quando Silvia nasceu, depois de quatro netas, a torcida do avô judeu era por um garoto para eternizar o sobrenome da família no Brasil que os recebeu como refugiados de guerra.

A menina chegou como uma surpresa.

E a circuncisão foi cancelada.

Foi batizada com o nome Sílvia.

Silvia em latim significa “Dama da selva”.

Adulta ela iria elaborar um trabalho focado na preservação do mundo, das florestas e das “selvas”.

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Molduras Culturais, um mergulho no meio ambiente

Sem parentes no Brasil- muitos foram perdidos ou mortos na Segunda Guerra Mundial, Silvia cresceu em uma aquarela cultural.

Moradora da Vila da Penha conviveu com a família do famoso compositor brasileiro Ataulfo Alves e o seu samba, os imigrantes portugueses, católicos, judeus, espíritas, a macumba, a praia e a sinagoga de seu avô que formaram seu caldeirão de referências.

Aos 13 anos ao descobrir que existia uma profissão que ajudava pessoas a melhorar de vida, Silvia decidiu cursar o Serviço Social.

Nesta época seu pai emprestava dinheiro para amigos que deixavam seus animais de estimação como garantia e muitos permaneciam como pagamento.

Neste caldeirão de influências cabras, bodes, cachorros, micos, passarinhos, tartaruga, araras e porcos, exercitou sua habilidade de facilitar o convívio entre as diferenças e a interação com a natureza e o meio ambiente.

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Ideias em ebulição

O curso Normal na adolescência a possibilitou atuar como professora primária e universitária até prestar concurso para a Universidade Cesgranrio - onde tirou o primeiro lugar no vestibular.

Foi classificada em primeiro lugar de Serviço Social na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Ali cursou o Serviço Social e iniciou uma jornada profissional focada em educação e saúde e na reabilitação profissional.

Mais tarde, morando e trabalhando em Curitiba e já assistente social e professora universitária, teve o primeiro contato com o que seria seu futuro profissional na Prefeitura da Cidade, onde coordenava o Centro Social Urbano, com projetos para ex-moradores das favelas.

O "Design Thinking" tinha como base a realidade e necessidades das pessoas, em parceria com o Sr. Jaime Lerner, prefeito de Curitiba neste período e que fez grandes avanços na cidade.

O projeto abriu novas perspectivas em sua vida.

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Realizando Sonhos

De volta ao Rio de Janeiro, a joalheria surgiu em sua vida paralela ao trabalho de servidora pública como complemento de renda.

Silvia vendia joias, representando indústrias do ramo para joalherias.

Como as empresas que representava não tinham interesse comercial em desenvolver pedidos especiais, ela se encorajou a fazer brilhar o desejo dos seus clientes.

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Sensibilidade Criativa

Na vida pessoal, um novo casamento.

O marido a incentiva a abandonar a carreira de assistente social e investir no trabalho de joalheria entendendo sua sensibilidade criativa.

Após a exoneração do serviço público federal, um acidente na academia de ginástica deixou uma sequela permanente com menos força e sensibilidade no braço e na mão direita.

Este repouso serviu para ela elaborar as estratégias de um voo solo na joalheria.

Para uma maior especialização participou de vários cursos de joalheria, complementado o conhecimento com História da Arte, entre outros.

A partir daí sua criatividade ganhou asas e suas peças se destacaram já nas primeiras exposições.

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Joias da vida

Em 2001 uma encomenda especial gerou uma coleção de joias em ouro e prata representando os órgãos da reprodução humana.

O pingente em forma de pênis, feito a pedido de uma cliente virou uma série.

Na época Silvia fazia um curso de “Coleções” e foi influenciada a fazer a linha completa reproduzindo o nascimento da vida em forma de joias eróticas, que foram expostos na Feira Nacional da Indústria de Joias, Relógios, e Afins, a Feninjer, um evento brasileiro que reúne profissionais do ramo.

O que nasceu como um tabu virou marketing.

A divulgação destes produtos potencializou um espaço para a venda de joias eróticas na TV em um programa comandado por Monique Evans, uma famosa modelo brasileira.

Silvia nesta fase criou o pingente “Mulher Grávida” e outra peça em forma de orgasmo, com pedras preciosas caindo em gotas, inspirada pelo livro do escritor brasileiro Paulo Coelho “11 minutos”.

O design inédito virou notícia em rádios, revistas e TV, alcançando publicações sofisticadas como a “Eve”, dos automóveis Ferrari, que dedicou muitas páginas as suas criações “erótic art”.

A atriz da Rede Globo, Carolina Ferraz apareceu com um pingente pênis na revista Playboy.

Roberta Close, a atriz transformista declarou nas mídias que o pingente “vagina” havia sido inspirado na dela.

Esta experiência a desafiou a empreender em outros universos.

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Jóias Premiadas

Participando de concursos como designer de joias, Silvia em 2001 se classificou como finalista nas Américas, ganhando o primeiro prêmio no “Facet Award of Signity”, com o tema “Mar de Luzes”, patrocinado pela Signity, um braço da Swarovsky, em um júri formado pelas melhores marcas de Nova York e das Américas.

Outro prêmio importante em 2002, da IBGM, onde participou com tema “Mata Atlântica”, segundo lugar com joias reproduzindo plantas da Floresta da Tijuca, como as samambaias.

No júri jornalistas da Vogue Japão, Alemanha, entre outros, que registraram o seu trabalho em revistas de diversos países. Também em 2002 participou da “Joia Brasil” na Briks em Toronto, Canadá, e da exposição “O Nilo Inspira o Rio” na Casa França Brasil.

Em 2003 ao entrevistar Helô Pinheiro, que inspirou a musica “Garota de Ipanema” para uma revista americana, Silvia pediu a ela uma referência que representasse a Garota de Ipanema. O coqueiro foi o escolhido e virou joia.

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Deu no New York Times

De 2001 até 2006 suas criações ganharam espaço permanente no maior varejista de joias dos Estados Unidos, a joalheria Fortunoff.

Silvia virou notícia no jornal americano New York Times e comercializou suas joias durante cinco anos com peças destacadas na vitrine da loja Fortunoff, na Quinta Avenida em Nova York e nas filiais de Long Island e New Jersey, além de ser citada no Guia Frommers, onde consta até hoje.

Época em que Silvia circulava de limusine pelas ruas de Nova York a serviço da famosa joalheria.

Em 2006 por um problema judicial de divisão de herança a empresa foi fechada encerrando a gestão internacional de Silvia.

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Nascimento de um Conceito

Em 2006 ao concluir a MBA de Moda e Gestão, Silvia focou seus produtos no mercado brasileiro plantando o seu primeiro ponto comercial no bairro de Ipanema, no Rio de Janeiro, a “Arte Coletiva”, um mix de loja e escritório comercializando suas joias assinadas.

Sem perceber seu futuro profissional estava inserido no nome escolhido para sua loja: “ArtECOletiva”.

O ECO de ecologia, de sustentabilidade e do seu próximo desafio.

De 2005 até 2010 participou do Fashion Rio, a semana de moda carioca e do Rio-a-Porter, importante feira de negócios.

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Grito da Natureza

Em 2008, próximo do Natal, uma enchente em Blumenau, (uma cidade em Santa Catarina, no sul do Brasil famosa por fábricas de tecidos e roupas de meia-malha), chegou à altura de 2 metros.

Na tragédia a indústria têxtil teve um enorme prejuízo, milhares de camisetas foram misturadas à água e lama com muitas encomendas comprometidas.

Silvia se sensibilizou com os fabricantes parceiros do marido comercialmente e tentou ajudar.

Tanta destruição a inspirou a mergulhar de cabeça nos conceitos da sustentabilidade e usar suas joias como alerta.

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Tempo de mudanças

Por uma sugestão de Sílvia, as camisetas foram lavadas, conservando as “manchas da natureza” como estampa e vendidas em um espaço criado para discutir ecologia no Fashion Rio.

As camisetas manchadas ganharam estampas solidárias, criadas por artistas que se encantaram com o projeto e teve a renda revertida para compra de máquinas de costura danificadas nas enchentes.

O movimento serviu de estratégia para alertar os danos ao meio ambiente e suas causas no mercado de moda.

O envolvimento com este projeto foi tão intenso que ajudou a definir o foco do trabalho da marca “Silvia Blumberg” em completa sintonia com a sustentabilidade.

“Pesquisando os motivos das grandes enchentes fiz descobertas significativas. A partir deste estudo, desmatamentos, o desrespeito a leis urbanísticas, a falta de cuidado com resíduos sólidos das construções civis, entre outros, serviram como tradução e a síntese para tentar utilizar cimento e cristal nas minhas criações e impactar as pessoas com um design arrojado, inovador e até mesmo perturbador. O cristal simbolizando a água e o cimento com a conotação de liga na maior verdade de sua natureza: reunir elementos. Missão sublime. E assim nasceram as alianças "Amor Concreto".

O cimento se apresenta como um dos materiais mais importantes nas peças que crio e se unem as pedras preciosas como suas almas gêmeas. A neutralidade de um destaca o brilho e a cor da outra.

Uma parceria infinita e inspiradora que tenho a honra de ter sido a primeira a lançar no mundo, até onde pesquisamos.

Uma rica variedade de peças desenvolvidas com estes materiais nasceram deste insigh, com o propósito de vender a joia com a educação ambiental embutida no valor final”.

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Novos Horizontes

A partir deste evento os dejetos responsáveis por entupir os esgotos, em vez de produzir enchentes, viraram inspiração e matéria prima para uma série de joias sustentáveis como um alerta para instigar o consumidor e transmitir novos valores sobre os cuidados com o meio ambiente e a preservação do planeta.

O uso de materiais “não convencionais” como resíduo de pó de madeira, pó de cimento e de tijolo tingidos, areia, casca de coco, cabelo, chifre, asas de besouro, bagaço de cana, prata das radiografias e até o papel estão entre as matérias primas associadas à prata, ouro e pedras preciosas em joias com design inédito e conceito sustentável.

“Os resíduos podem ser o fim ou o recomeço da jornada de materiais naturais e ou industriais.

Minhas joias nascem no seio destas reflexões.

Quem poderia imaginar que a cana depois de nos ofertar seu açúcar poderia conter algo mais em seus bagaços?

Da necessidade de conseguir seus sustentos grupo de mulheres de Campos dos Goytacazes no norte fluminense começam a descobrir a reutilização do bagaço.

Destas tentativas nascem pastilhas multicoloridas e a pedido de suas desenvolvedoras crio joias e puxadores de gavetas com o bagaço de cana.

Uma transmutação do resíduo que só acontece no Brasil.

Promovo o encontro das pastilhas do bagaço com pérolas, pedras preciosas, chifre de boi, prata e quem sabe outras parcerias inusitadas?

Um festival do upcicle. Aqui os erres do reuso e reciclagem são infinitamente praticados e os resultados são ousados”.

“Os tijolos representam uma construção e a desconstrução. São fortes e frágeis dependendo de quem os manipulam e transportam.

Na obra podem se quebrar e seus pedaços se não recolhidos acabam nos ralos ocasionando grandes transtornos. Com os resíduos aprendemos que cada coisa tem sua função e seu lugar. Podem estruturar uma construção ou causar terríveis enchentes. Com estes conceitos nascem obras como as alianças “amor em construção”

A inovadora joia em papel começou a ser idealizada em 2007, no dia que a apresentadora de televisão Gloria Maria, da Rede Globo, deixou cair um brinco ao vivo enquanto apresentava o “Fantástico”, um programa dominical muito popular no Brasil.

Silvia decidiu então criar um complemento sem peso para nenhuma mulher correr o risco deste acidente.

Depois de muitas tentativas chegou até a técnica Quilling de filigrana em papel que possibilitou joias altamente sustentáveis onde o enfeite de papel pode ser alternado em diversas cores com a mesma armação do brinco.

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Envolvimento com o meio ambiente

Pelo envolvimento com o meio ambiente, a marca Silvia Blumberg foi licenciada para dois eventos internacionais criando produtos especiais para cada ocasião.

Em 2013, durante a “Jornada Mundial da Juventude” - um encontro cristão que recebeu o Papa Francisco no Rio de Janeiro criou pingentes com a logomarca da empresa.

Solicitado pelo evento elaborou um colar terço para presentear o Papa Francisco, montado com símbolos narrando à história do Cristianismo.

“A visita do papa Francisco no Brasil e sua amizade com o rabino mobilizou minhas forças mais profundas de meu ser.

Precisava criar algo significativo para um visitante tão ilustre e especial.

O coração do Rio de Janeiro precisava mostrar amor e admiração por aquele homem argentino, e a homenagem veio das profundezas de meu judaísmo e com a ideia de usar areia na joalheria.

Numa noite que o sono estava proibido, nasceu o colar que conta a História do Cristianismo, com uma extremidade contendo o mapa do Brasil e um crucifixo onde foi aplicada a areia de Copacabana, local onde foi rezada a maior missa de todos os tempos.

A partir desta peça, criei outras joias usando a areia de outros lugares, coletadas para representar o local e o respeito pela terra.

As areias de cada lugar , assim como os seres humanos têm cores, texturas e aparências diferenciadas, mas em todas há beleza e valores agregados.

De muitas delas nascem novas ideias e amo todas, assim como aprecio características individuais das pessoas que através de suas diferenças me instigam a querer conhecer e desvendar o quebra cabeça da vida que se forma de muitos desiguais.”

Para outro importante evento brasileiro, o “Rock in Rio”, Silvia desenhou brincos, anéis, colares e pulseiras com ícones como guitarras, caveiras e a logomarca do evento com o apoio da ONG “As Charmosas”.

Pelo estilo diferenciado e prêmios, Silvia foi selecionada em 2015 para participar da mostra Rio+Design em Milão com peças da coleção “Canteiro de Obras” inspiradas no amor simples e eterno à prova de intempéries.

O tema foi desenvolvido com joias feitas com resíduos de madeira.

Suas joias sustentáveis já participaram” do figurino de novelas como “Babilônia”, “O Clone”, “Caminho das Índias”, “Fina Estampa”, “Malhação”, "Geração Brasil” e nos programas “Amor Veríssimo”, “The Voice 2014”, “Os Homens São de Marte”, “Mais Você”, “Encontro com Fátima”, filme “Minha mãe é uma peça 2”, entre outros.

Muitas atrizes usam e divulgam o conceito de suas joias.

Na loja do Forum de Ipanema, no Rio de Janeiro, a “ArtECOletiva” além de comercializar as suas joias, hospeda o trabalho de vários artistas anônimos de todo o Brasil com foco no upcycling, gerando empregos e inclusão social.

O espaço funciona como uma ponte entre grandes e pequenos artistas e possíveis compradores.

“O verdadeiro luxo não está em portar objetos caros e sim ter intuição e conhecimento aguçado, que funcionam como radares da harmonia e da felicidade”.

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Visando o bem estar do mundo

É a mensagem principal dos produtos sustentáveis desenvolvidos por Silvia Blumberg.

Com o projeto de joias sustentáveis, ela se tornou a pioneira em criar o eco design com biojoias e joias em que a beleza protege o meio-ambiente.

A marca Silvia Blumberg tem a missão de difundir posturas sustentáveis como um laboratório de matérias primas e estilo de vida que não agridam o ambiente.

"Tudo que aprendi com minhas experiências foi importante para a pessoa que sou hoje. Reuni no meu trabalho os conceitos que foram mais importantes para mim, como raízes, que fizeram nascer a “árvore” que sou hoje, dando luz a frutos com produtos utilizando o conceito da sustentabilidade para construir um mundo melhor para todos".

"A Terra tem tudo o que precisamos. Os recursos estão escasseando e só os humanos podem agir para racionalizar o que existe. Os valores dos materiais são atribuídos de acordo com a s nossas necessidades. O que seria de um escritor sem o papel que só as árvores podem gerar? Somos interconectados por tudo e todos que nos rodeiam e deste conceito sempre em aberto e inacabado nascem minhas criações e a marca que deixarei quando eu não mais existir".

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